Meu Deus, os mortos que andam!
Que nos seguem os passos
e não falam.
Aparecem no bar, no teatro, na biblioteca.
Não nos fitam,
não nos interrogam,
não nos cobram nada.
Acompanham, fiscalizam
nosso caminho e jeito de caminhar,
nossa incomoda sensação de estar vivos
e sentir que nos seguem, nos cercam,
imprescritíveis. E não falam.


Carlos Drummond de Andrade

5 comentários:

Cleopatra disse...

Também há vivos que fazem assim... estão sempre atrás... ao lado... no pensamento.... mas só isso. Será que morreram.Ou será que para eles , estão mortos?!

Su disse...

..estão em nós...

jocas maradas

DarkMorgana disse...

Eles andem aí!!!

Todos os que não sabem VIVER!!!!

Menina disse...

Mi gosta mucho do blog Mi bloga mucho!

Andava a procura do poema Ausencia de Nuno Judice e descobri este blog.
Parabens, esta muito bonito!
Obrigada por partilhar!
Cumprimentos,
Saffron

Apache disse...

Pois... Este é um poema que fala de mortos mas há por aí tanto "vivinho da silva", assim!
Faço minhas as palavras da Morgana... "Eles andem aí!!!"

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