Apetecia-me ser leve.
Ou melhor gostava de ser capaz de ser leve e rodar contigo ao longo da sala.
Alheios.
Alheios estamos nestes movimentos sensuais.
Outros olhos nos vêm.
Mas eles estão lá?
Dali vogamos já para outros espaços.
Outros espaços onde podemos - sós - ser nós.
E somos.
Tocamo-nos.
Trocamo-nos.
Sorvemo-nos.
E sentimos.
E em crescendo vamos vogado em nós.
Só em nós e nestes corpos que nos acompanham a alma.
Subimos.
E subimos em crescendos.
Mas queremos mais.
E paramos.
E recomeçamos e novamente somos livres e somos - só - cada um.
Cada um, ali, numa sintonia de que não se conhecem os contornos.
Mas só cada um, ali, a dar e a receber.
E como se recebe e dá muito.
E muito mais há para dar, tal como outro tanto há para receber.
Diz o tango: "en el mundo habrá un lugar para cada despertar un jardín de pan y de poesía".
E nesse jardim é fácil "imaginar esta humanidad en harmonía".
E é em harmonia - sem se saber se é total - que se termina esta dança que começou ali na sala onde tu, que agora lês, olhavas dois corpos que por ali rodopiaram.

6 comentários:

António Pires disse...

Para juntar aos Gotan Project: Narcotango, Tanghetto ou os fabulosos Bajofondo Tango Club (que vão passar neste Verão por Portugal) de Gustavo Santaolalla - o mesmo das bandas-sonoras de «Brokeback Mountain» e «Babel». E num registo mais próximo do tango clássico mas da nova geração e... excelentes: Cristóbal Repetto, Adriana Varela, 34 Puñaladas e La Chicana.

Unknown disse...

No meu blog

http://zezinhomota.blogspot.com

terá noticias de um anjo Celestial
que olhará por nós.

ZezinhoMota

magarça disse...

Bonita dança...

xein disse...

O que eu gosto deles... E dos Narcotango também, foi bem lembrado ali em cima pelo António!

Sente-te...

Anónimo disse...

gostei!

Isabel disse...

Gostei muito.
Bom fim de semana.

BJT

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