Ao longo da muralha que habitamos
Há palavras de vida há palavras de morte
Há palavras imensas, que esperam por nós
E outras frágeis, que deixaram de esperar
Há palavras acesas como barcos
E há palavras homens, palavras que guardam
O seu segredo e a sua posição
Entre nós e as palavras, surdamente,
As mãos e as paredes de Elsenor
E há palavras e nocturnas palavras gemidos
Palavras que nos sobem ilegíveis À boca
Palavras diamantes palavras nunca escritas
Palavras impossíveis de escrever
Por não termos connosco cordas de violinos
Nem todo o sangue do mundo nem todo o amplexo do ar
E os braços dos amantes escrevem muito alto
Muito além da azul onde oxidados morrem
Palavras maternais só sombra só soluço
Só espasmos só amor só solidão desfeita
Entre nós e as palavras, os emparedados
E entre nós e as palavras, o nosso dever falar.
Mário Cesariny
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Seguidores
Miblogamucho
Mucho bloguei
Blogam
-
-
30.09.25Há 2 dias
-
Grande Angular - Dentro de dez anosHá 5 dias
-
CONVITEHá 6 dias
-
Nuno Melo e a flotilha do CDSHá 1 semana
-
-
-
LEVA-ME... (LEVAS?)Há 4 meses
-
Tradescantia fluminensisHá 5 meses
-
-
Vem...Há 5 anos
-
Cavalo à soltaHá 6 anos
-
-
We'll Meet Again - Vera LynnHá 9 anos
-
Foi há 41 anos…Há 10 anos
-
... You can leave your hat onHá 10 anos
-
A Múmia de BelémHá 11 anos
-
-
Glória à PrimaveraHá 12 anos
-
LONG TIME NO SEEHá 12 anos
-
-
AvisoHá 12 anos
-
-
-
15.O - Da Indignação à AcçãoHá 13 anos
-
Gerard Castello-LopesHá 14 anos
-
Fim de um cicloHá 15 anos
-
2 comentários:
Entre as muralhas das palavras
Momentos há em que o silêncio devia imperar
Para calar palavras crúeis que arrastam consigo o ódio e a raiva e fazem sagrar
Porque essas palavras, após ditas, o silêncio não conseguirá NUNCA sarar as feridas por elas deixadas
ha metal fundente, neste poema!
Enviar um comentário