Uma cantiga de desemprego


Fumo um cigarro deitado no mês de Janeiro.
Fecho a cortina da vida, espreguiço em Fevereiro.
E procuro trabalho nesta esperança de Março.
Já me farta tanto Abril e aquilo que não faço.
Espreito por um funil a promessa de Maio,
porque esperar o prometido, nessa já não caio.
Queimo os dias de Junho no sol quente de Julho.
Esfrego as mãos de contente num sorriso de entulho.
Para teu grande desgosto, amo o teu corpo em silêncio.
e lentamente esquecido, digo-te adeus em Agosto.
Meu Setembro perdido numa esquina que eu roço.
E penso em Outubro o menos que posso.
Mas quando sinto a verdade daquilo que cansa,
morre então a saudade do tempo de andança.
E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.
E sinto força em Novembro, juro luta em Dezembro.

2 comentários:

Kaotica disse...

Eva

Com tanto desemprego por este andar qualquer dia festejamos o Dia do Desempregado e não o Dia do Trabalhador. Só todos juntos podemos dizer NÃO a este sistema e exigir ao governo a proibição efectiva dos despedimentos. Como pode prosperar um país cujo Estado opta por pagar subsídios de desemprego em vez de pagar aos trabalhadores mantendo-os produtivos. Sabemos quem impõe as regras: o novo código do trabalho integra 17 directivas da União Europeia.

Um abraço

(nos encontros dos Libertários temos sentido a tua falta!)

Anónimo disse...

Vim espreitar o seu blog.
Como diz e bem a Kaotica um dia SIM teremos o DIA dos DESEMPREGÁDOS.
Estamos ás ORDENS DE UMA UE.
É mais fácil pagar subsidios e lançar TRABALHADORES no DESEMPREGO

touaqui42

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