José Mário Branco - Ser solidário


Ser solidário assim pr’além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
E improvavelmente ser feliz
De como aqui chegar não é mister
Contar o que já sabe quem souber
O estrume em que germina a ilusão
Fecundará por certo esta canção

Ser solidário sim, por sobre a morte
Que depois dela só o tempo é forte
E a morte nunca o tempo a redime
Mas sim o amor dos homens que se exprime

De como aqui chegar vale a pena
já que a moral da história é tão pequena
Que nunca por vingança eu te daria
No ventre das canções sabedoria

Ser solidário assim para além da vida
Por dentro da distância percorrida
Fazer de cada perda uma raiz
e provavelmente ser feliz

2 comentários:

Nemo de Portugal disse...

É claro que ficou.

Em 1974 eram apenas alguns milhares os que se batiam pela democracia e pela liberdade.

Hoje são centenas de milhar os que lutam não apenas pela manutenção das liberdades democráticas, mas também pelos direitos sociais e económicos.

Basta olhar para as manifestações que se tem realizado.

As partidárias - o PCP pôs cerca de 50 mil a desfilar pelas ruas - Sindicais - a CGTP com cem mil em Lisboa - as sindicais, mas mais sectoriais, - a dos Professores, mais cem mil - os movimentos de Jovens - como o FERVE e o Porta 65

Até em Anadia, terra conservadora, feudo do PSD mais bisonho e do CDS, se fizeram mais de 20 manifestações pela defesa dos seus serviços de urgência.

O 25 de Abril do Povo, ficou apesar do plumbeo Novembro.

Resistiu, resiste e presiste (tal como eu).

As lutas que se travam todos os dias, na Função Pública, no Magistério ou nas Empresas, pelo direito a um trabalho digno e a uma justa compensação; ou em torno de dezenas de pequenos movimentos civicos, são disso prova de vida.

Há quem diga que morreram os "amanhãs que cantam" e eu afirmo:
Apenas para aqueles que deixaram o negro desespero soçobrar a luz da Vida.

Maria disse...

É tão difícil..... mas lá tentar eu tento... até acho que sou....

Subscribe