Tenho quarenta janelas
nas paredes do meu quarto.
Sem vidros nem bambinelas posso ver através delas
o mundo em que me reparto.
Por uma entra a luz do Sol,
por outra a luz do luar,
por outra a luz das estrelas
que andam no céu a rolar.
Por esta entra a Via Láctea
como um vapor de algodão,
por aquela a luz dos homens,
pela outra a escuridão.
Pela maior entra o espanto,
pela menor a certeza,
pela da frente a beleza
que inunda de canto a canto.
Pela quadrada entra a esperança
de quatro lados iguais,
quatro arestas,
quatro vértices,
quatro pontos cardeais.
Pela redonda entra o sonho
António Gedeão

2 comentários:

Luis Eme disse...

Lindo Sonho...

Gi disse...

Adoro gedeão, adoro o poema, adoro janelas, e adoro o sonho.

Um beijinho

Estive ausente uns dias mas hoje acho que já estou com coragem de voltar.

Subscribe