Podia esquecer tudo o que me disseste,
ouvir o canto do pássaro que passou nesta sala,
respirar o perfume do jardim que entra pela janela,
olhar para fora de mim,
para aquilo a que chamam o mundo.
No entanto, o que tenho pela frente são as lembranças que
procurei esquecer,
a imagem de que não me libertarei,
a voz que ecoa na minha memória,
dizendo o nome tantas vezes murmurado.
E encosto-me a este instante,
contando o tempo que falta para que a luz desapareça,
e a noite me traga o silêncio de onde nascem os sonhos.
Nuno Júdice

4 comentários:

mixtu disse...

contando o tempo...
poesia...
e a foto... linda o efeito persiana

abrazo

Luis Eme disse...

Bonito...

Pedro Branco disse...

Abre a janela do ventre que te empurra para a frente. Para trás nada é garantido...

Apache disse...

Passados, por vezes tão presentes...

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